quarta-feira, maio 09, 2012

Violência contra a Mulher


Brasil é o sétimo em assassinatos

Brasília está entre capitais onde há menos homicídios em que vítimas são elas


A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Na maioria dos casos, o assassino é o namorado, marido ou ex- companheiro, que mata dentro de casa, após já ter cometido pelo menos um ato de agressão. Os dados constam do Mapa da Violência de 2012 – Homicídio de Mulheres e mostram que, em uma lista de 87 países, o Brasil é o sétimo que mais mata.
Em 2010, foram 4.287 casos ou 4,4 assassinatos por cem mil habitantes. No mapa das capitais, as regiões Norte e Nordeste são as mais problemáticas. Porto Velho, Rio Branco, Manaus e Boa Vista, por exemplo, têm mais de dez mortes por grupo de cem mil habitantes. Na contramão, Brasília registra 1,7. Mas, seja qual for a região, as principais vítimas são mulheres de 20 a 29 anos.
Na comparação por faixa populacional, o Espírito Santo é o primeiro do ranking. Com taxa de 9,4 mortes, representa o dobro da média brasileira e o triplo do índice de São Paulo, o penúltimo da lista. O Estado do Piauí é o menos violento, diz o estudo do sociólogo Julio Jacobo, com base nos dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
A pesquisa é a primeira a registrar estatísticas regionais e, por isso, pode ser um marco na definição de políticas públicas. “Quando o assunto é violência contra a mulher, não existe uma fórmula pronta. Por isso, é importante conhecer as realidades locais, para trabalhar cada particularidade, especialmente as culturais. Muitas toleram uma agressão em “nome da honra”, por exemplo. De toda forma, qualquer que seja o trabalho, ele deve contar com a força policial. Foi assim que o Piauí se destacou”, diz Jacobo.

Armas de fogo
Diferentemente do cenário de violência masculina, a agressão contra a mulher dificilmente acontece no bar ou no local de trabalho, mas na residência, nas ruas ou mesmo na escola. Ainda segundo o estudo, o agressor usa, em 53% dos casos, armas de fogo.
Nos últimos 14 anos, o índice nacional de homicídios de mulheres se manteve estável. A menor taxa registrada no período é de 2007, quando entrou em vigor a Lei Maria da Penha, que pune o agressor com mais rigor e assegura à mulher proteção policial e da Justiça em caso de denúncia. Foram 3.772 casos – taxa de 3,9. Em 2008, porém a curva voltou a crescer, atingindo 4,2.
PICO
Nas últimas três décadas, de acordo com o histórico do mapa, 91.932 mulheres foram mortas no Brasil. Com dados de 1980 para cá, a pesquisa mostra que o crescimento efetivo ocorreu até 1996, quando a taxa nacional atingiu o pico de 4,6. “Depois disso, temos redução dos índices, mas estão longe do ideal. No ranking internacional, o Brasil só fica atrás de El Salvador Trinidad e Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize”. Na lista, 44 países têm taxas iguais ou inferiores a 1.
Fonte: Jornal de Brasília


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