Brasil
é o sétimo em assassinatos
Brasília
está entre capitais onde há menos homicídios em que vítimas são elas
A cada duas horas, uma
mulher é morta no Brasil. Na maioria dos casos, o assassino é o namorado,
marido ou ex- companheiro, que mata dentro de casa, após já ter cometido pelo
menos um ato de agressão. Os dados constam do Mapa da Violência de 2012 –
Homicídio de Mulheres e mostram que, em uma lista de 87 países, o Brasil é o
sétimo que mais mata.
Em 2010, foram 4.287 casos
ou 4,4 assassinatos por cem mil habitantes. No mapa das capitais, as regiões
Norte e Nordeste são as mais problemáticas. Porto Velho, Rio Branco, Manaus e
Boa Vista, por exemplo, têm mais de dez mortes por grupo de cem mil habitantes.
Na contramão, Brasília registra 1,7. Mas, seja qual for a região, as principais
vítimas são mulheres de 20 a 29 anos.
Na comparação por faixa
populacional, o Espírito Santo é o primeiro do ranking. Com taxa de 9,4 mortes,
representa o dobro da média brasileira e o triplo do índice de São Paulo, o
penúltimo da lista. O Estado do Piauí é o menos violento, diz o estudo do
sociólogo Julio Jacobo, com base nos dados do Sistema de Informações de
Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
A pesquisa é a primeira a
registrar estatísticas regionais e, por isso, pode ser um marco na definição de
políticas públicas. “Quando o assunto é violência contra a mulher, não existe
uma fórmula pronta. Por isso, é importante conhecer as realidades locais, para
trabalhar cada particularidade, especialmente as culturais. Muitas toleram uma
agressão em “nome da honra”, por exemplo. De toda forma, qualquer que seja o
trabalho, ele deve contar com a força policial. Foi assim que o Piauí se
destacou”, diz Jacobo.
Armas
de fogo
Diferentemente do cenário de violência masculina, a
agressão contra a mulher dificilmente acontece no bar ou no local de trabalho,
mas na residência, nas ruas ou mesmo na escola. Ainda segundo o estudo, o
agressor usa, em 53% dos casos, armas de fogo.
Nos últimos 14 anos, o índice nacional de homicídios de
mulheres se manteve estável. A menor taxa registrada no período é de 2007,
quando entrou em vigor a Lei Maria da Penha, que pune o agressor com mais rigor
e assegura à mulher proteção policial e da Justiça em caso de denúncia. Foram
3.772 casos – taxa de 3,9. Em 2008, porém a curva voltou a crescer, atingindo
4,2.
PICO
Nas últimas três décadas, de acordo com o histórico do
mapa, 91.932 mulheres foram mortas no Brasil. Com dados de 1980 para cá, a
pesquisa mostra que o crescimento efetivo ocorreu até 1996, quando a taxa
nacional atingiu o pico de 4,6. “Depois disso, temos redução dos índices, mas
estão longe do ideal. No ranking internacional, o Brasil só fica atrás de El
Salvador Trinidad e Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize”. Na lista, 44
países têm taxas iguais ou inferiores a 1.
Fonte:
Jornal de Brasília
0 comentários:
Postar um comentário