terça-feira, abril 10, 2012

Agora é mostrar serviço

Após correr o risco de ficar fora do grid em 2012, a paulista Bia Figueiredo fecha acordo para acelerar na São Paulo Indy 300 e nas 500 milhas de Indianápolis.
A surpresa veio quando o grid da temporada 2012 da Fórmula Indy foi fechado. Ana Beatriz Figueiredo, a Bia, primeira brasileira a competir na categoria, estava fora da equipe Dreyer & Reinbold Racing, que ela defendeu em 2011. Bia chegou a fazer testes antes de as corridas começarem, em Sebring, mas não foi o suficiente. Então, viu-se sem carro, sem patrocínio e sem emprego, após conseguir realizar um sonho: disputar uma temporada completa – mesmo com vários incidentes – nos Estados Unidos.
A brasileira viu seus amigos Rubens Barrichelo e Tony Kanaan correrem juntos este ano na Indy com um aperto no peito. O alívio só veio na última quinta-feira, quando foi anunciada como a dona do carro número 25 da Ipiranga Andretti Autosport na São Paulo Indy 300 e nas 500 milhas de Indianápolis, no fim de abril e em maio, respectivamente.
Por telefone, dos Estados Unidos, Bia conversou e adiantou que apesar de o acordo com a Ipiranga Andretti Autosport ter sido fechado por apenas duas provas, ela tem esperança de fazer um bom trabalho e guiar em outras corridas. O desafio, entretanto será enorme. Afinal, por ter entrado na temporada em cima da hora, ela fez apenas um teste com o carro que competirá nas duas corridas.
Você fechou com a Andretti duas corridas. O negócio ficará restrito a isso?
Estou feliz porque já conseguimos fechar para essas duas corridas. Agora, vamos começar o relacionamento com a equipe Andretti Autosport e tentar conseguir mais provas. A gente nunca sabe, mas a intenção é sempre fazer mais provas e é o que eu vou tentar.
O que você pretende fazer no resto da temporada?
Acredito que após essas duas provas possam surgir oportunidade de correr em outras categorias. Mas meu trabalho estará focado na temporada de 2013, para que eu possa corrê-la por completo. Eu gosto muito daqui. Já estou nos EUA há quatro anos. E a Indy é onde eu quero ficar.
Por que não deu certo o plano de competir a temporada inteira de novo?
São vários fatores. Patrocinadores, equipes, a mudança que foi feita nos carros.. Vários motivos não nos permitiram fechar pelo ano todo. Mas vou buscar ter as portas abertas depois dessas duas oportunidades.
E como está a sua vida sem correr?
A gente sente falta, ne? Mas o trabalho fora da pista que o piloto faz é muito grande também. Não fiquei parada em nenhum momento. O trabalho de negociação e de busca de patrocínio é muito intenso. Começamos isso no ano passado e as negociações geralmente são longas até fechar acordos. E ficou tudo muito em cima da hora para acertar para a temporada inteira.
Você falou em falta de patrocínio. Por ser mulher você acaba atraindo mais mídia e, consequentemente, isso não traz mais patrocínio também?
Eu acho que o fato de ser mulher antigamente era mais valorizado. Hoje, perdemos um pouco isso. Somos  iguais aos homens. Ainda mais na Indy, que já teve várias mulheres no grid. Só faz diferença quem quiser resultado.
Ainda tem preconceito?
Aqui nos EUA, não. Os pilotos estão mais acostumados com o fato de correr com mulheres porque já convivem com isso há mais tempo.
O fato de você ter participado de uma temporada completa da Indy no ano passado incentivou outras meninas a começarem a correr?
Eu sei de algumas meninas começando no kart e algumas por minha causa. Eu sempre apoio e fico muito feliz com isso. Inclusive, são meninas de Brasília que lideram o meu fã-clube.

 Fonte: Jornal Correio Braziliense

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